Robô contra Lula Gigante: Confronto Final
Certo, o vídeo em si pode não ser tão dramático quanto a chamada para esta nota, mas ele é sem dúvida curioso ““ o braço robótico de fato cutuca uma lula de tamanho considerável. Não pude encontrar uma fonte oficial confirmando o vídeo, mas tudo parece conferir.
Da informação do próprio vídeo e um pouco de pesquisa, podemos presumir que as imagens foram capturadas em 26 de outubro de 2008 por um Veículo Operado Remotamente (ROV) operado pela Petrobrás durante a instalação de um gasoduto rígido na bacia do Espírito Santo. Não sei em que unidade de medida a profundidade indicada (“ROV Depth”) é informada, mas é provavelmente em metros, o que significaria que a lula se enroscou obstinadamente no ROV a uma profundidade superior a 400 metros.
Agora, para a dúvida gigantesca: é mesmo uma Architeutis, uma lula gigante? Até onde pude averiguar, o ROV é um Subsea7-Warrior, que tem 1,7 metros de largura. Do vídeo em si, a lula aparenta ter um comprimento equivalente à largura do ROV, de forma que, sim, penso que estamos mesmo vendo uma lula gigante. Não tão descomunal, mas de fato gigante. Não que este autor seja um zoologista, assim volte a conferir esta nota para qualquer atualização. [Leia a atualização mais abaixo: é uma Taningia Danae]
Alguns sugeriram que a lula poderia ser uma espécie mais comum (e um tanto menor), uma simples “Jumbo”, ou lula de Humboldt. Tais lulas são mesmo conhecidas por atacar agressivamente mergulhadores e veículos submarinos. O detalhe é que a lula de Humboldt é encontrada nas águas da Corrente de Humboldt, no oceano Pacífico. A Petrobrás, e o Espírito Santo, abrangem o oceano Atlântico. Há outras espécies de lulas de grande tamanho como a Onykia ou Kondakovia, mas elas também não parecem se ajustar à profundidade, local e aparência tão bem quanto a lula gigante.
Considerando que o primeiro filme de uma lula gigante viva foi capturado em 2006, este novo vídeo vindo do Brasil seria bem relevante, até porque até onde sei não há registros de Architeutis em águas brasileiras. Capturado por um veículo submarino, este vídeo também lembra o capturado recentemente de uma lula Magnapinna.
Seria muito grato por quaisquer comentários, correções, opiniões profissionais e fontes e confirmações oficiais a respeito. Basta deixar sua informação através da área de comentários abaixo.
[Com agradecimentos a Konda pela dica!]
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ATUALIZAÇÃO: Frederico T. Magalhaes, do Instituto de Biologia da Unicamp nos escreve:
Sou zoólogo especialista em moluscos, e pelas imagens posso dizer que essa é uma Taningia danae. Uma espécie de lula bioluminescente que atinge (olha só!) em média 1.70 m e vive em regiões profundas. Ela foi filmada viva em seu habitat pela primeira vez em 2005, antes disso só era conhecida por partes e cadáveres que davam na praia. Aqui tem uma imagem do tal vídeo [que incluímos abaixo], e aqui uma sendo examinada em laboratório. Também tem esta ilustração simpática. Ela difere de Architheutis sp., principalmente, pelas nadadeiras ao longo de quase todo o manto, braços mais curtos, não ter ganchos e tamanho menor. Você pode ver uma Architheutis sp. aqui. Espero ter sido de alguma ajuda. Admiro muito o Ceticismo Aberto. Continue com o bom trabalho!
Frederico T. Magalhães
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Laboratório de Malacologia
Departamento de Zoologia
Instituto de Biologia
Universidade Estadual de Campinas
E como ajudou! Taningia Danae, sabemos agora. Pode não ser tão gigantesca, mas é bioluminescente!
Obrigado, Frederico!
Essa lula “apaixonada” se movimenta tão rapidamente na água que tira essa impressão de ser tão grande assim.
Essa notícia publicada é muito interessante. Talvez não seja uma lua-gigante do gênero Architeutis, mas uma espécie ainda desconhecida. Já que a zona abissal do litoral brasileiro não é muito estudada.
Segundo dizem os maçons não podendo fraudar um contato com aliens que vêm do espaço irão substituir o local de origem dos “ovnis” e dos “ets” para o fundo do Oceano.
De quebra vão conseguir duas coisas : Dizer que há ovnis e que a evolução desses “seres” ocorreu no fundo dos oceanos.
Estou com sono…
Isto é realmente interessante.
Até hoje, para estudar lulas gigantes, por exemplo, assim como outras criaturas que costumam viver em regiões abissais, o que se faz é capturar uma dessas criaturas (porém menor), prender uma câmera nela e soltá-la. Depois recolhe-se a lula (através do cabo), tira a câmera dela e a solta.
Contudo, vi em algum lugar (agora não consigo lembrar onde) que pretende-se criar um agente inteligente para fazer o serviço. Não deram detalhes, mas seria muito interessante um agente que:
Pudesse aprender (normalmente chamados de Agentes com Aprendizagem);
Pudesse tirar eletricidade do mar (como foi feito uma experiência nos anos 50 ou 60 com um mini submarino);
Subisse de vez em quando para transmitir o que tivesse filmado.
Claro que tais tecnologias ainda estão apenas engatinhando (principalmente essa de tirar eletricidade do mar, pois, que eu saiba, foi testada e abandonada), mas acho ser possível melhorar isso nos próximos anos.
Assim poderíamos, enfim, conhecer os cerca de 70% de nosso planeta que ainda desconhecemos.
Estranho… Eu enumerei 3 parágrafos, mas os números não apareceram… :/
Eu devia ter usado o recurso HTML mesmo…
Interessante o vídeo da lula gigante e realmente nos mostra como o fundo dos mares é um espaço que sempre deve merecer atenção dos nossos cientistas pois nos presenteará como grande e excitantes descobertas!
Mas não entendi o comentário do colega Marcelo que em nada tem que ver com a notícia postada.
gostei do video mas não lembro foi noticia,
alguem me ajuda nisso, gosto de estudar coisas interessantes na web em vez de passar o dia e noite em orkut parabens pelo
seu trabalho
Essa é pros fãs de Tokusatsu!
Lulas são intensamente atraídas pela luz
Ela ficou apaixonada pelos braços fortes do robô