OVNIs: A Hipótese Psicossocial
por Steven Novella, MD, Editor NEJS
The New England Journal of Skepticism Vol. 3 N. 4 (2000) |
Milhões de americanos acreditam que nós estamos sendo visitados por seres alienígenas. Estes aliens voariam em naves discóides, abduziriam humanos habitualmente para algum fim experimental que nós mal podemos imaginar, alguns acreditam que eles são mesmo responsáveis por fenômenos tais como mutilações de gado e círculos no trigo, que nosso governo está ciente de tudo mas comprometido em um encobrimento há décadas para esconder esta verdade chocante do público.
Ou não.
Aqueles que aderem ao ceticismo científico como o melhor método de discernir a verdade são freqüentemente colocados na posição de opositores, contrariando as alegações de pseudocientistas ou aqueles com uma visão de mundo anti-científica. Opor-se a tais alegações é um trabalho valioso e necessário, mas que é muitas vezes pintado de forma negativa. Além disso, apenas indicar que uma alegação extraordinária em particular é muito improvável, embora possa estar correta, é geralmente insatisfatório ao público.
É muito mais adequado não só se opor a uma alegação improvável, mas também propor em seu lugar uma hipótese alternativa. Isto é especialmente verdadeiro quando um alegado fenômeno paranormal cresce em tais proporções que exige algum tipo de explicação, como se tornou certamente o caso do fenômeno OVNI.
A crença em OVNIs está agora difundida em nossa sociedade. Relatos de avistamentos e contatos de vários tipos atingem a cifra dos milhões. A crença de que o Fenômeno OVNI é o resultado de visitas alienígenas à Terra é conhecida como a Hipótese Extraterrestre (HET). A posição cética padrão é normalmente declarada em termos de rejeitar a HET devido à evidência insuficiente. Mas o tamanho e extensão do fenômeno OVNI tem levado muitos a acreditar que algo deve estar ocorrendo. Onde há tanta fumaça, argumenta-se, deve haver algum fogo.
Ao invés de apenas refutar a HET, portanto, a resposta cética é melhor formulada com uma hipótese alternativa, a qual eu chamarei de hipótese psicossocial (HPS). Os elementos da HPS não são nada novos, e têm sido parte da resposta cética padrão a alegações da HET durante anos, mas compilar estes elementos em uma hipótese englobadora nos permite comparar a HET e a HPS para ver qual se ajusta melhor à evidência disponível.
O Fenômeno OVNI
Em junho de 1947, o piloto particular de avião Kenneth Arnold observou vários objetos voadores não identificados enquanto voava em seu pequeno avião. Ele contatou por rádio a torre local, descrevendo os objetos como com a forma aproximada de um bumerangue, mas notou que eles pareciam estar saltando pelo ar, como um disco saltando na superfície da água. Um jornalista que cobria o avistamento associou a analogia do disco, e chamou os objetos de “discos voadores”. O avistamento de Arnold e a cobertura subseqüente da mídia inaugurou o fenômeno OVNI moderno, tendo o “disco voador” como seu ícone principal. Desde então milhões de avistamentos foram relatados de objetos estranhos no céu.
Em julho do mesmo ano, apenas dias depois da histeria da imprensa sobre o avistamento de Arnold, o rancheiro William Mac Brazel achou alguns destroços estranhos em sua fazenda fora de Roswell, no Novo México. Ele chamou a base da força aérea do exército local para informar que ele tinha achado “um daqueles discos voadores”; relato que foi rapidamente submetido à imprensa pelo oficial de RP da base. No rastro da história de discos voadores de Arnold, as notícias de que o governo dos EUA podia ter recuperado um disco voador acidentado confirmou na consciência pública que discos voadores eram um fenômeno real e imediato. Depois de investigação, porém, o oficial investigador General Ramey, informou que os escombros recuperados eram na verdade de um balão meteorológico (em realidade, era um balão espião do Projeto Mogul, mas este fato não se tornou público até os anos 80). Assim acabou o evento “Disco Acidentado em Roswell”, até que foi ressuscitado nos anos 70 por animados investigadores de OVNIs.
Os anos 50 assistiram à próxima fase do fenômeno OVNI, conhecido como os “contatados”. Estes indivíduos não só reivindicavam ter visto um disco voador, mas ter sido contatados pelos pilotos da nave. O mais famoso dos contatados era um homem chamado Adamski, que alegou ter sido contatado por Venusianos, que apareciam como lindos humanos brilhantes.
Nos anos 60, o fenômeno dos contatados deu o próximo passo lógico e evoluiu para o fenômeno dos abduzidos. Betty e Barney Hill, um casal de New Hampshire, alegou que não só foram contatados por pilotos alienígenas de um disco voador, mas que foram de fato seqüestrados, abduzidos contra sua vontade e levados para dentro da nave onde aterrorizantes procedimentos de exames médicos foram levados a cabo. O caso de Betty e Barney Hill também introduziu um elemento novo ao fenômeno: os Hill só se lembraram dos detalhes de sua abdução sob hipnose. Aparentemente, os aliens puderam bloquear a memória do evento, mas só de uma forma imperfeita que era facilmente contornada por um hipnotizador amador. O caso dos Hill também era a primeira vez em que pequenos aliens cinzas com olhos grandes e escuros fez sua aparição.
O fenômeno da abdução aumentou nos últimos 30 anos, e agora domina o fenômeno OVNI. Foram escritos muitos livros sobre o assunto, por autores como o pintor que virou investigador de OVNIs, Budd Hopkins, o psiquiatra de Harvard John Mack e o escritor de ficção científica Whitley Strieber. Juntos eles afirmam que milhões de americanos estão sendo abduzidos regularmente por pequenos aliens cinzas, muitos diretamente de seus quartos.
O fenômeno “Governo Americano Encobrindo Discos Acidentados” começou no rastro do fenômeno OVNI moderno, com a publicação de “Por Trás dos Discos Voadores” (Behind the Flying Saucers) em 1950 por Frank Scully. Começando nos anos 70, e culminando nos 80 com a publicação de “O Incidente Roswell” por Charles Berlitz e William Moore, Roswell veio uma vez mais à ribalta e se tornou o foco de teorias de conspiração sobre discos acidentados. O governo, alega-se, tem estado desde 1947 comprometido em uma conspiração massiva para manter escondido do público o fato de que um disco voador real acidentou-se em Roswell, NM e permanece nas mãos de governo. De fato, o governo estaria comprometido em uma conspiração para manter toda a verdade sobre visitas alienígenas escondida do público. A justificativa habitual oferecida para esta conspiração é prevenir a difusão de pânico e a desestabilização social. Na metade dos anos 90, o promotor Ray Santilli vendeu à Fox network um suposto filme de um tipico alien cinza (gray) sofrendo uma autópsia nas mãos de médicos militares. O filme da autópsia alien, como veio a ser conhecido, era evidência a muitos crédulos de que aliens, Roswell, discos voadores e a conspiração do governo eram todos verdade.
Hoje, uma procura casual na internet pode render centenas de fotografias e até mesmo vídeos de objetos voadores não identificados, oferecidos por crédulos como evidência de discos voadores. Há acusações constantes de documentos secretos referindo-se ao conhecimento de governo dos aliens (como os documentos MJ12), bases escondidas abrigando discos voadores capturados (como o Hangar 18 e depois a Área 51), abduções em andamento envolvendo um programa secreto de procriação alien e avistamentos incontáveis de OVNIs. O disco voador e o pequeno alien cinza (gray) são ícones de nossa cultura, tão bem reconhecidos quanto o Mickey Mouse ou o prédio Empire State.
Independente do que nós pensemos disso tudo, há claramente algo acontecendo, algo que requer uma explicação.
A Hipótese Extraterrestre
Crédulos que aceitam a idéia de aliens são adeptos do que é conhecido como a hipótese extraterrestre (HET). Simplesmente dita, a HET diz que há aliens reais visitando a Terra. A evidência sugere que estes aliens teriam em torno de 1 metro de altura, seriam cinzas em aparência, com nariz, boca e orelhas pequenas, e olhos ovais negros bem grandes. Alguns relatos também indicam que há aliens cinzas (grays) muito mais altos que parecem ser os líderes das suas contrapartes mais baixas. Estes aliens viajam principalmente em naves em forma de disco, embora outras descrições tenham sido dadas também. Pelo menos um, e talvez mais, discos se acidentaram e foram recuperados por nosso governo.
Como evidência para a HET, os adeptos citam os muitos milhões de depoimentos de testemunhas oculares de objetos voadores que parecem desafiar explicação ordinária. Muitas pessoas informam ver luzes viajando a velocidades e executando manobras impossíveis a uma aeronave convencional. Ainda, há muitos indivíduos que contam, a maioria sob hipnose, que foram abduzidos por aliens que executaram exames indizíveis. Alguns até alegam ter sido fecundados por aliens e ter dado à luz híbridos de aliens-humanos, sendo os filhos híbridos então levados para longe deles pelos mesmos aliens. Bastante atenção é dada ao fato de que há muita semelhança de detalhes entre depoimentos da testemunhas oculares diferentes. Alguns proponentes da HET mais racionais admitem que nem todos relatos são críveis, mas mesmo que a maioria seja descartada, restam alguns relatos críveis que demandam a HET como explicação.
Outra fonte importante de evidência é a evidência fotográfica e em vídeo. Todo o mundo já viu imagens borradas de objetos em forma de disco, ou vídeos de luzes brilhantes se movendo pelo céu. O recente caso das luzes sobre Phoenix é um bom exemplo. Novamente, mesmo que algumas destas fotografias possam ser explicadas como artefatos fotográficos, objetos ordinários mal interpretados e fraudes, ainda restam algumas que desafiam tais explicações.
Uma recente adição ao fenômeno de abdução é o fenômeno dos implantes alienígenas. Muitos abduzidos reivindicam que foram implantados objetos pequenos neles por seus captores alienígenas. Estes objetos foram depois removidos, e em alguns casos alega-se que os objetos são feitos de materiais misteriosos.
No entanto, os proponentes da HET têm que confrontar o fato de que apesar do vasto número de alegados avistamentos e contatos alienígenas, não há um único pedaço de evidência que prove inegavelmente a HET. Não há nenhum artefato recuperado que seja sem sombra de dúvida alien, nenhum vídeo ou até mesmo fotografia que mostre um objeto que não possa ser nada além de uma astronave e que sobreviva a cuidadosa análise para descobrir fraudes. Em resumo, não há nenhum às na manga da HET.
Os proponentes, porém, têm várias respostas a este problema. A primeira é culpar os próprios aliens. Claramente, os aliens não querem que nós saibamos de sua existência, ou então eles já teriam aparecido abertamente para nós. O aliens, portanto, procuram cobrir seus rastros. Assim implantes são disfarçados como pedaços de vidro ou metal, abduzidos são tratados de modo a obscurecer suas memórias e naves nunca voam por aí tempo bastante para permitir uma fotografia ou vídeo claros.
Os aliens também teriam ajuda dos governos em todo mundo na tarefa de apagar rastros, governos que também não querem que o conhecimento de aliens seja difundido. Os governos mundiais, especialmente os EUA, enviam agentes especiais para recolher e ocultar quaisquer pistas de aliens sempre que elas são encontradas. Assim, há uma grande quantidade de boa evidência, mas estão todas nas mãos de agentes do governo cujo trabalho é justamente escondê-las do público. Estes agentes especiais são chamados por alguns de ‘Homens de Preto’, supostamente porque eles se vestem todos em roupa preta para ficar incógnitos.
Também há relatos de helicópteros ou carros negros em associação a avistamentos de OVNIs, aparentemente, os veículos dos Homens de Preto. Frente aos próprios aliens e os governos poderosos do mundo com suas agências secretas, não seria de se impressionar que os investigadores diligentes não possam adquirir a evidência decisiva necessária para apoiar a HET.
Adeptos, entretanto, ainda propõem que a HET é a melhor explicação para o Fenômeno OVNI. Você pode não pode provar a HET, eles afirmam, mas você pode deduzi-la de toda a evidência disponível. A única alternativa, argumenta-se, é negar a HET frente a milhões de indivíduos que tiveram algum tipo de experiência com aliens ou discos voadores. Como tantas pessoas podem estar erradas?
A Hipótese Psicossocial
Apesar do tamanho do fenômeno OVNI e a copiosa quantidade de evidência oferecida pelos proponentes da HET, as comunidades científica e cética permanecem, digamos, céticas. Todo argumento foi refutado, todo pedaço de evidência mostrou-se inconclusivo, e todas alegações desmascaradas. Embora haja um grande volume de evidência, é toda de baixa qualidade e insuficiente para estabelecer a HET definitivamente.
Assim, a posição cética é que a HET é rejeitada no momento devido à insuficiência de evidência. Entre o público em geral, porém, a resposta para esta posição quase sempre é a mesma: “Então como você explica todas as testemunhas oculares, todos os abduzidos, todas as fotografias, todas as mentiras do governo, etc.?”
Na realidade, há uma resposta a estas perguntas, mas envolve uma explicação separada para cada componente da HET. Alguém não bem versado em filosofia cética e os vários mecanismos de auto-enganação pode ficar com a impressão de que os céticos sobre OVNIs achariam algum problema trivial em qualquer evidência que fosse oferecida em defesa da HET, e que eles realmente não têm uma explicação própria, apenas um monte de dúvidas. Eu não acredito que isto seja verdade, mas o gigantesco tamanho e complexidade do fenômeno OVNI está predestinado a criar esta percepção, e de fato tem sido um tremendo problema de relações públicas aos céticos sobre OVNIs.
A solução é achar um modo de formular uma posição cética em termos de uma explicação positiva, uma hipótese alternativa para a HET, em lugar de somente uma rejeição da HET. Eu chamei tal hipótese alternativa de Hipótese Psicossocial (HPS). A HPS tenta entender e explicar o Fenômeno OVNI como um fenômeno cultural arraigado na psicologia humana, uma mitologia moderna pós-tecnológica. A HPS realmente não é nada de novo, simplesmente é uma síntese da posição cética com uma ênfase em explicar fenômeno OVNI, em lugar de apenas negar a HET. A força da HPS é que ela olha para todo o fenômeno de OVNI como ele evoluiu historicamente, não só em sua forma atual. Adotar tal visão histórica é muito instrutivo, porque observar como o fenômeno de OVNI mudou provê pistas sobre por que ele mudou, e até mesmo de por que ele começou para começo de conversa.
De acordo com a HPS, a crença em OVNIs como um fenômeno real desenvolveu-se de uma fascinação pré-existente com o conceito de vôo espacial e alienígenas. Era na realidade esperado que tal mitologia emergiria no rastro do alvorecer do vôo espacial humano, em um pano de fundo cultural varrido por histórias de ficção científica com aliens espaciais e astronaves voadoras.
O fenômeno OVNI evoluiu então como qualquer narrativa cultural evoluiria. O vilão nesta história são os governos e os agentes do governo que vêm lutando para manter a verdade sobre aliens escondida. Os heróis são os crédulos em OVNIs, lutando para expor esta verdade a um público em grande parte enganado. Os próprios aliens evoluíram com o passar do tempo, começando primeiro como simples humanos brilhantes, uma visão um pouco rústica e quase infantil por padrões posteriores, evoluindo para o padrão típico de alien cinza pequeno (gray).
Aliens representam tanto nossas maiores esperanças quanto nossos maiores medos, como ícones mitológicos normalmente representam. Às vezes eles estão aqui para salvar a humanidade, usualmente oferecendo conselhos simplistas sobre a ameaça de holocausto nuclear ou irresponsabilidade ambiental. Outras vezes, eles são frios e sinistros, executando experiências invasivas amedrontadoras para seus próprios propósitos obscuros e misteriosos.
O apoio para a crença em aliens é acumulado pelos crédulos de cada fonte ambígua e incerta possível, sem um único pedaço de evidência forte inegável. Avistamentos são geralmente de pontos de luz, ou de objetos incomuns mas apenas não identificáveis. Fotografias são ambíguas ou borradas. Testemunhos também são manchados por detalhes confusos, ou circunstâncias comprometedoras, como acordar do sono. Ou o testemunho é “recuperado” durante hipnose, que é muito mais provável que fabrique falsas recordações que revele memórias verdadeiras mas escondidas. Alguns testemunhos são coerentes, mas nunca substanciados por evidência corroboradora, ou descobre-se posteriormente serem fraudulentos. Alegados implantes nunca são demonstrados como reais dispositivos alienígenas. Os Homens de Preto permanecem tão surreptícios quanto nunca.
Para resumir, há uma tremenda quantidade de ruído, eventos fortuitos e estímulos no mundo, e os crentes em OVNIs minam este ruído em busca de quaisquer anomalias que possam ser interpretadas como um fenômeno alienígena. Fé, a HPS argumenta, comanda o Fenômeno OVNI, não alienígenas.
Somado a isto estão as fraudes ocasionais. Indivíduos procurando seus 15 minutos de fama ou por alguma razão psicológica complexa, decidem construir fraudes elaboradas de aliens espaciais. O caso mais célebre é o de Billy Meier, um fazendeiro suíço que perpetrou uma fraude por muitos anos de contatos repetidos com alienígenas. Ele mostrou como evidência um vídeo de um disco clássico voando que está balançando claramente como um pêndulo em um fio. Ele também reivindica ter sido levado ao futuro por seus anfitriões aliens, e mostrou uma foto como prova, porém, a foto se mostrou um desenho tirado de uma revista de ficção científica.
A HET versus a HPS
Como nós podemos dizer qual hipótese está mais perto da verdade, a HET ou a HPS? Bem, um critério importante de qualquer hipótese científica é que ela faz predições que podem ser testadas. Que predições, então, fazem as duas hipóteses, e como as predições se saem quando testadas? Nós podemos criar, usando principalmente o bom senso, uma lista de características que um fenômeno psicossocial deve ter, e compará-la com uma lista de características que um genuíno fenômeno alien deveria ter, e então comparar cada lista ao fenômeno OVNI para ver qual hipótese se ajusta melhor.
Evidência física
Se a HET estiver correta, então é possível obter evidência física como prova da HET. Em outras palavras, se aliens estão visitando a Terra verdadeiramente e interagindo com humanos, deve ser possível obter algo físico que seja demonstravelmente alienígena. Alguém poderia argumentar portanto que a HET prediz a descoberta eventual de um genuíno artefato alien inconfundível. Para ser inclusivo, eu contarei como um artefato alien seja um alien em si, um objeto tecnológico criado pelos aliens (como uma nave ou implante), ou até mesmo uma fotografia ou vídeo de um alien ou objeto alien que seja de alta qualidade, conclusiva, e sobreviva ao escrutínio científico cuidadoso.
A HPS não admite nenhum artefato alien, e a presença de até mesmo um único artefato contrariaria a HPS, pelo menos como a explicação única do fenômeno OVNI. Logo, a presença de um artefato alien demonstrável parece um teste satisfatório para discernir entre a HET e a HPS. Porém, o teste de evidência é muito mais significante quando positivo do que quando negativo.
Isso quer dizer, a presença de um único artefato alien favoreceria definitivamente a HET e acabaria com todo o debate científico. A ausência de tais artefatos demonstráveis entretanto não é definitiva e não acaba com o debate, já que os partidários da HET podem alegar que a evidência é muito difícil de obter (com conspirações do governo e tudo mais), e como um raciocínio lógico, a ausência de evidência até o momento não pode provar que nenhuma evidência exista.
Todos os céticos, e até mesmo a maioria dos crentes, admitem que nenhuma evidência definitiva existe, pelo menos que esteja em domínio público. Esta falta de evidência favorece a HPS, mas o ponto de discordância entre céticos e crentes da HET é até que grau. Admitidamente a falta atual de evidência física definitiva não é e nunca pode ser conclusiva, mas apóia forte e cada vez mais a HPS à medida que o tempo passa.
Aqui o tamanho enorme do fenômeno OVNI trabalha contra os proponentes da HET. Como o tamanho e duração do fenômeno crescem, torna-se gradualmente mais improvável que a HET possa ser verdade sem que alguma evidência física apareça. Eventualmente os aliens e os agentes do governo devem falhar, os investigadores de OVNI devem ter sorte, e um pedaço de evidência real e inegável entrará no domínio público. Cada geração de entusiastas de OVNI professa que tal evidência está quase ao nosso alcance. O fato de que isto ainda não aconteceu é um ponto muito forte em favor da HPS sobre a HET.
Se a HET estivesse correta a falta de evidência fotográfica e em vídeo conclusiva de aliens ou naves aliens também é crescentemente improvável, já que câmeras de vídeo e máquinas fotográficas, e agora vídeo digital, estão crescentemente disponíveis. A onipresença do vídeo criou até mesmo um novo gênero de programas de televisão, os assim chamados ‘realidade nua’. Tais programas mostram vídeos de eventos dramáticos inesperados, como acidentes, ataques de animais, desastres, e clima extremo. O vídeo está em geral razoavelmente com foco bom, iluminação adequada e próximo o bastante para mostrar claramente os eventos. Por comparação os vídeos de OVNIs mostram luzes noturnas, objetos borrados, e imagens ambíguas (muito parecidos com os supostos vídeos do Pé Grande, monstro do Lago Ness e outros fenômenos duvidosos).
As fotos e vídeos ocasionais que são claras sobre seu conteúdo, como o filme da autópsia alien, tendem a ter duas características em comum: a fonte ou os descobridores do vídeo desejam permanecer anônimos e o vídeo não sobrevive a um escrutínio detalhado para determinar se é uma fraude. A justificativa para o anonimato normalmente é o medo de perseguição, mas tal timidez parece só surgir em vídeos que parecem ter sido forjados. Alguns vídeos, como a filmagem na Cidade do México e a de Billy Meier, são de discos voadores clássicos que podem ser claramente vistos balançando como se estivessem pendurados por um fio. Depois de muita controvérsia e apoio quase universal entre entusiastas de OVNIs, a filmagem da autópsia alien foi definitivamente mostrada como uma fraude.
Com o avanço da tecnologia digital, também avança a qualidade das fraudes. Porém, até agora, nenhuma filmagem sobreviveu à inspeção cética.
Antecedentes culturais versus Descontinuidade
Outra característica de um fenômeno verdadeiramente alien é que deveria conter elementos que são genuinamente alienígenas. Por exemplo, quando sociedades européias encontraram as culturas do Extremo Oriente isto resultou na introdução na Europa de produtos de uma cultura estrangeira, alienígena. Os idiomas asiáticos eram mais diferentes de todos os idiomas europeus que quaisquer dois idiomas europeus eram um de outro. Também houve a introdução de comidas novas, tecnologias novas e ideologias culturais novas. Nenhum escritor de ficção europeu poderia ter sonhado (ou sonhou) com uma cultura tão alienígena à cultura européia quanto a cultura asiática era na realidade.
Se a Terra fosse contatada por uma raça alien exploradora, uma espécie resultante da evolução em um mundo diferente e com uma cultura, tecnologia e visão de mundo completamente independentes, então nós esperaríamos que tal contato produziria uma descontinuidade cultural significante. Os aliens e suas astronaves não deviam se parecer com nada imaginado em histórias de ficção científica prévias (levando em conta as probabilidades, exceto por uma coincidência cósmica extrema). Eles também deveriam trazer informação nova ou sem igual para a raça humana.
Assim, a HET prediz que o fenômeno OVNI deveria ser acompanhado de descontinuidade cultural enquanto a HPS prediz que o fenômeno OVNI não terá nenhuma descontinuidade cultural, muito pelo contrário, evoluiria de antecedentes culturais demonstráveis.
Vamos olhar primeiro para os aliens. Muitos cientistas e escritores de ficção científica notaram que os pequenos aliens cinzas parecem incrivelmente humanos. Como um escritor disse, “aliens não devem parecer tão humanos”. A probabilidade de que uma raça alienígena – produto de uma história evolutiva completamente separada – pareceria até mesmo vagamente humanóide é extremamente pequena.
Mas os aliens não apenas se parecem com humanos, eles se aparecem com humanos com as características que nós psicologicamente associamos à inteligência exagerada. Se, por exemplo, nós compararmos os humanos a macacos, podemos observar que os humanos têm crânios relativamente maiores, faces menores com características mais delicadas e menos cabelo. Se nós pegarmos um humano e então aumentarmos o tamanho do crânio, diminuirmos a face e tornarmos todas as características mais delicadas e tirarmos o cabelo, acabamos com um típico alien cinzento.
Na realidade, se fossem encontrados verdadeiros aliens eles provavelmente não se pareceriam com nada concebido na ficção científica. Depois de tal contato toda a ficção científica ficaria imediatamente obsoleta e rústica, e as muitas espécies de aliens humanóides que povoam a ficção humana sobre aliens pareceriam repentinamente tolas. Eu prevejo que os fãs de ficção científica em um mundo pós-contato olharão para a ficção científica da época pré-contato e sacudirão as cabeças, perguntando-se “Como as pessoas pensaram naquela época que os aliens pareceriam tão humanos?”. Eu espero viver para ver se minha previsão se tornará realidade.
Os aliens às vezes têm até nomes. Nomes alienígenas deveriam ser alienígenas, e provavelmente não se assemelhariam a nenhuma língua humana. Alguns dos nomes listados são obviamente traduções ao inglês, mas a maioria dos outros são simplesmente nomes. É revelador que os aliens não só tenham nomes que soem humanos, mas que a maioria deles tenham nomes que soem europeus. Ainda, aqueles encontrados por pessoas de culturas hispânicas têm nomes que soam hispânicos. Eles nem mesmo são tão diferentes da estrutura fonética européia quanto os nomes de humanos de outras culturas, como a asiática ou africana. Nomes verdadeiramente aliens deveriam ser mais diferentes de qualquer idioma humano que quaisquer dois idiomas humanos são um do outro.
Para analisar isto um pouco mais, todos os idiomas têm uma certa estrutura fonética, consoantes que são mais comuns que outras, uma certa relação de consoantes para vogais, fonemas únicos, inflexões características e colocação de sílabas tônicas. Estes elementos compõem o caráter de um idioma, como o idioma soa ao ouvido. Por isso é possível e até mesmo fácil reconhecer um idioma que alguém esteja imitando mesmo que esteja falando baboseira e inventando palavras.
Escritores de ficção especulativa (ficção científica e fantasia) às vezes encaram o desafio de inventar culturas alienígenas, incluindo idiomas. Uma das armadilhas desta empreitada é dar nomes aos aliens que sigam as características lingüísticas de sua língua nativa (como Xenu, o Senhor alienígena inventado pelo escritor de ficção científica L. Ron Hubbard para sua religião fabricada, a Cientologia). Escritores experientes tentarão manipular os elementos específicos do idioma para criar nomes com um som genuinamente alienígena. O preço de não fazer isto será criar nomes que soam tolos com um aspecto caipira de ficção científica dos anos 50 (“Klaatu Barada Nikto”).
Ao revisar os nomes aliens listados, está bastante claro que eles seguem os estilos lingüísticos das culturas dos alegados contatados. Até hoje, nenhum idioma ou nome verdadeiramente alien resultou de um alegado contato alienígena. Novamente, nós vemos uma falta de descontinuidade e a influência de antecedentes culturais.
E o que dizer das naves alienígenas? A maioria das testemunhas de OVNIs que descrevem um objeto real (em lugar de só pontos de luz) descrevem um típico disco voador. O próprio conceito de disco voador, entretanto, não é nada mais que uma má-interpretação da descrição original de Kenneth Arnold. Os objetos que ele viu não eram discos rigorosos, mas ele descreveu o movimento deles como o de um disco saltando. A imprensa entretanto informou que os OVNIs eram discos voadores. Desde então a maioria das testemunhas oculares tem visto discos voadores. Novamente, ou isto é uma coincidência irônica de proporções cósmicas ou nós estamos vendo os efeitos da sugestão e pensamento não-crítico.
Também é possível ver os antecedentes culturais do ícone do disco voador dentro da ficção científica de meados do século 20. Embora outras imagens também fossem populares, como naves-foguete, o disco voador era comum em revistas de ficção científica antes do famoso encontro de Kenneth Arnold em 1947. Os anos cinqüenta produziram um batalhão de filmes de ficção científica que caracterizaram discos voadores clássicos, enquanto solidificavam sua forma como a nave alienígena padrão.
A alguns contatados ou abduzidos foram dadas pelos aliens advertências. As advertências mais comuns ficam nas linhas de alertar os humanos sobre os perigos da guerra nuclear ou de destruir o meio-ambiente da Terra. Parece que os aliens têm preocupações globais semelhantes à da maioria dos americanos. Até o momento, os aliens não trouxeram nenhuma informação que seja nova ou sem igual; eles não advertiram a humanidade de nada que nós já não saibamos.
Este aspecto do fenômeno da abdução também expõe uma interessante pergunta. Se aliens que visitam a Terra desejassem dar um aviso à humanidade, por que eles dariam esta advertência a um punhado de indivíduos sem autoridade ou posição de destaque, sob circunstâncias nas quais é provável que eles não fossem acreditados, e então apagariam suas memórias de forma que o rapto, inclusive a advertência, só pudessem ser lembrados de forma nebulosa sob hipnose? Até agora, suas advertências não parecem ter afetado o curso da história humana em um milímetro.
Em uma vertente semelhante, outros aliens informaram os abduzidos que a visita deles é um prelúdio à segunda vinda de Cristo, como Betty Andreasson relatou em “O Caso Andreasson” (The Andreasson Affair – Fowler, 1979). Porém, tais abduzidos tinham uma convicção pré-existente no Cristianismo e na sua segunda vinda.
Portanto os aliens parecem refletir as convicções e preocupações de seus reféns e não trouxeram nenhuma informação nova ou surpreendente à humanidade. Novamente, isto representa uma continuidade cultural que é predita pela HPS e demonstra uma falta de descontinuidade predita pela HET.
Alguns proponentes de OVNIs ofereceram como explicação para a falta de descontinuidade biológica e cultural a especulação de que visitantes alienígenas têm na realidade vindo à Terra há muitos milhares de anos, influenciando nossa cultura e talvez até mesmo nossa biologia. Porém, esta estratégia não elimina o problema de descontinuidade, apenas o transfere ao passado.
As espécies humanas são parte do continuum da vida na Terra. Tanto evidência biológica quanto fóssil sugerem fortemente que não há nenhuma descontinuidade biológica – o homo sapiens evoluiu na Terra. Também não há nenhuma evidência que sugira quaisquer descontinuidades culturais ou tecnológicas no passado de qualquer sociedade humana.
Mitologia ou História
A HET e a HPS também fazem previsões diferentes sobre como a história de OVNIs se desenvolverá e evoluirá com o passar do tempo. Se o fenômeno OVNI fosse uma história real, nós esperaríamos que ela tivesse certas características, como um núcleo de consistência. Certos detalhes específicos, inesperados a princípio, iriam logo caracterizar contatos genuínos. A mídia e ficção tenderiam a seguir os passos do fenômeno à medida que nós aprendêssemos mais sobre ele. Um cumulativo (em lugar de mutante) corpo de evidência se acumularia.
A HPS ao contrário, aborda o fenômeno OVNI como uma mitologia moderna. Mitologias se desenvolvem da cultura popular, elas não são impostas de fora. A linha narrativa de tais mitologias é a princípio crua e simples, mas então evolui com o passar do tempo ao passo em que elementos novos são adicionados. Detalhes são a princípio espalhados e discrepantes, mas posteriormente um consenso se desenvolve. Nem todos detalhes são retidos, só aqueles que se mostram mais atrativos e ressonantes. E a linha narrativa tenderá a ser dirigida pela mídia e pela ficção da cultura popular, em lugar do contrário.
Se nós olharmos para a história de OVNIs moderna, ela segue o que nós prediríamos pela HPS. Nos anos quarenta a história de OVNIs tinha o caráter da ficção científica da época, caráter agora óbvio da perspectiva histórica. Os contatados dos anos 50 descreviam contatos com humanos brilhantes de Vênus, homens da Lua e marcianos (não é de onde os aliens vinham nos anos 50?). Tais histórias parecem ridículas por padrões contemporâneos, mas elas eram o começo da História dos OVNIs.
Os aliens então mudaram com o passar do tempo, enquanto tomavam muitas formas diferentes, de anões cabeludos a insetos gigantescos. Eventualmente, o pequeno alien cinzento fez seu aparecimento na alegada abdução de Betty e Barney Hill em 1966. Por razões descritas acima, a imagem pequenos cinzas ressonou na psique humana. Eles tornam-se cada vez mais relatados até os anos setenta, quando emergem ‘vitoriosos’, solidificados como o ícone alien padrão. Joe Nickell fez um maravilhoso trabalho ao resumir a ‘linha do tempo alien’ (Alien Timeline), demonstrando graficamente com o passar do tempo o processo de evolução alienígena (Nickell, 1997).
Uma vez que certos detalhes se tornam uma parte padrão da mitologia, eles são freqüentemente reencaixados em histórias mais antigas. Por exemplo, o famoso Incidente de Roswell existiu durante quase trinta anos, de 1947 até os anos setenta, sem qualquer menção a cadáveres alienígenas. Só depois que os pequenos cinzas emergiram é que surgiram testemunhos de pessoas alegando ter visto aliens semelhantes em Roswell no ano de 1947.
Terry Matheson examinou a literatura de abdução alienígena em ‘Abduções Aliens: Criando um Fenômeno Moderno’ (Alien Abductions: Creating a Modern Phenomenon – Matheson, 1998). Ele descobriu que a literatura está de acordo com as características de uma mitologia, como descrito acima. Ele escreve, por exemplo:
[Examinando a literatura] descobrirá-se que os relatos mais recentes tendem a tanto responder problemas e perguntas criados por narrativas mais antigas, como também a inserir novos elementos, como se estes novos elementos estivessem sendo testados por sua capacidade de se apropriar nas histórias.
Ao mesmo tempo, aspectos de narrativas prévias que não ressonam de alguma maneira com o público são freqüentemente descartados. Ainda, relatos mais antigos tendem a ser comparativamente simples e terrenos, enquanto os mais recentes (como os dos anos noventa) são mais detalhados e envolvem outras áreas do paranormal similares àquelas freqüentemente encontradas em livros da assim chamada ‘Nova Era’.
Embora Matheson declare que não está tentando determinar a verdade dos relatos de abdução, ele conclui que abordar a narrativa da abdução alien como uma mitologia moderna é muito instrutivo para a compreensão de sua evolução e lugar na cultura moderna.
Até agora nós examinamos a HET e a HPS levando em conta características que nós esperamos que cada hipótese deva predizer, baseados principalmente no senso comum. Nós temos, porém, um exemplo histórico excelente que valida muitas das características da HPS. Em ‘OVNIs & Contato Alien’ (UFOs & Alien Contact – Bartholomew & Howard, 1998), Robert E. Bartholomew e George S. Howard descrevem os avistamentos de aeronaves de 1896-1897.
Naquela época, havia grande expectativa de que máquinas voadoras estavam prestes a ser inventadas. Isto conduziu a muita especulação relativa a programas do governo e inventores solitários. Longe de ser surpresa, também conduziu a avistamentos de luzes não identificadas e objetos no céu que foram rapidamente interpretados como as esperadas aeronaves. Bartholomew e Howard demonstram através de cuidadosa documentação que a febre de aeronaves continha muitas das características da história de OVNIs moderna, incluindo testemunhas confiáveis, excitação da mídia motivando avistamentos, contatos e até abdução assim como alegada evidência física que sempre se mostrou insatisfatória. Como se não bastasse, as aeronaves seguiam a pitoresca ficção do século XIX (antecedentes culturais), com asas batendo e fuselagens bulbosas em lugar da forma que aeronaves reais viriam a ter eventualmente (inesperada pela ficção contemporânea).
Conclusão
O fenômeno OVNI permanece uma vasta e controversa parte da cultura moderna. Sem prova definitiva sobre a causa do fenômeno, nós somos forçados a deduzir a melhor explicação. Quando a totalidade do fenômeno e toda a evidência é considerada, eu acredito que a hipótese psicossocial emerge como a melhor explicação até a data presente. A hipótese extraterrestre, embora atrativa para muitos, permanece sem apoio confiável.
A HPS também permite aos céticos sobre OVNIs a lidar com o tema de OVNIs e aliens como um fenômeno verdadeiro que merece uma explicação séria. A evidência aponta para um complexo fenômeno que combina mitologia moderna, narrativa literária, cultura popular e psicologia humana. Também parece provável que esta abordagem explicativa possa ser generalizada e aplicada a uma ampla variedade de crenças modernas paranormais e limítrofes.
***
legal, o artigo. Argumentação e factualização bem feitas. Descreve com clareza o processo de contrução de um mito no imginário cultural das culturas modernas (tecnologicas) dos séculos XX/XXI.
O argumento apresentado pelos céticos é muito fraco quando afirmam que observações de objectos voadores desconhecidos feitas por várias centenas de pessoas ao mesmo tempo em vários locais ao redor do mundo, assim como relatos individuais coerentes e consistentes de pessoas idóneas são simplesmente alucinações em massa ditadas por um fenómeno mitológico que é passado para as pessoas através da cultura popular e da narrativa ficcional.Alguns argumentos ceticistas chegam a ser ridiculos quando dizem que pilotos profissionais de aviões confundem ovnis com o planeta Vénus ou estrelas brilhantes.Os céticos dizem que as pessoas são crédulas e imaginam coisas, mas são eles próprios que imaginam argumentos falaciosos e ainda por cima acreditam cegamente neles sem se darem ao trabalho de averiguar e estudar os fenómenos.Nunca vai haver evidências fisicas irrefutáveis porque estas podem ser sempre descartadas por aqueles que só aceitam aquilo que está de acordo com as suas ideias pre-concebidas do Universo. Se os investigadores de ovnis apresentassem um pedaço de material proveniente de uma nave espacial, essa evidência podia ser imediatamente posta de lado de duas maneiras: o material podia ter sido concebido por uma empresa de efeitos especiais (argumento fraco) ou então seria material extremamente inovador, avançado e ultra-secreto que estaria a ser desenvolvido em laboratórios ciêntificos secretos. Neste momento,o que não deve faltar no stock do exército americano é material inovador e muito avançado retirado de ovnis…