Imagens fora de foco
Reprodução gentilmente autorizada
Partindo de um objeto pontual (O1), totalmente em foco, os feixes de luz, após passarem pela lente, vão passar bem no cento (O3) do diafragma, e em seguida, passam pela segunda lente, atingindo o filme fotográfico em um ponto (F1), totalmente focalizado.
Partindo de um objeto pontual (O2), totalmente fora de foco, os feixes de luz, após passarem pela lente, iriam convergir no ponto O4, mas parte desses feixes de luz são bloqueados pelas palhetas metálicas do diafragma. Apenas uma parte consegue passar. Essa parte, na realidade, é um cone com milhares de feixes de luz. Entre os pontos O3 e O4 temos o que é chamado de cáustica ou círculo de confusão mínima. Como só vai passar luz, fora de foco, pelo diafragma, e este barra parte dos raios de luz, conseqüentemente, a forma física do diafragma é transportada para a película do filme fotográfico.
ABERRAÇÃO ESFÉRICA
É a incapacidade de uma lente objetiva para fazer com que os raios marginais e axiais formem o foco no mesmo ponto. Devido a curvatura das superfícies das lentes, as bordas são mais finas, enquanto que o centro é mais grosso. Se a lente é atingida por raios paralelos, eles vão atravessar diferentes espessuras em toda a lente, e conseqüentemente vão formar vários focos (cáustica).
A lente objetiva que tem aberração esférica forma uma imagem difusa e pouco contrastada em todo o campo visual. Podemos reduzir o problema fechando o diafragma, de forma a utilizar somente a região central da lente. Fechando o diafragma é necessário focalizar novamente.
Uma lente objetiva é composta por vários elementos, que pode variar de 7 a 15 lentes, dependendo da qualidade do produto. Tudo isso é utilizado para eliminar ou reduzir as aberrações das objetivas das máquinas fotográficas e das filmadoras.
Na figura abaixo, vemos uma luminária, que foi cortada da foto original, à direita, que gerou um reflexo do tipo COMA, à esquerda (veja a simetria na foto). Ao redor do reflexo vemos um ótimo exemplo de ABERRAÇÃO ESFÉRICA, formando um enorme anel.
Esse efeito é bem comum nos filmes noturnos de cinema ou televisão, quando aparecem os faróis de um carro vindo de frente. Também acontece com as luminárias de palco dos estúdios de televisão.
FORA DE FOCO
Algo muito semelhante acontece com as imagens fora de foco. Semelhante oticamente falando, mas com resultados visuais diferentes. Se temos uma pessoa sendo focalizada, por exemplo, e lá atrás temos um ou vários focos de luzes, tais focos vão estar fora de foco, e chega na máquina naquela região chamada de cáustica ou círculo de confusão mínima. Isso vai fazer com que a imagem do diafragma seja transportada para a foto. Se tivermos um diafragma com cinco palhetas, como no exemplo acima, teremos as imagens fora de foco com a forma de pentágonos. Se tivermos um diafragma com seis palhetas, como no exemplo abaixo, teremos as imagens fora de foco com a forma de hexágonos. E assim sucessivamente.
O mesmo também acontece se você fotografar, por exemplo, uma fonte de luz bem perto, com o foco para o infinito. No exemplo acima, os pequenos furos no corpo da luminária, foram registrados no filme com a forma de hexágonos, pois o diafragma da máquina fotográfica era de 6 palhetas. Na foto da esquerda, já é possível também ver a ABERRAÇÃO ESFÉRICA, de cor avermelhada.
Na foto da luminária, sabemos que ela está fora de foco, porque os hexágonos estão todos paralelos. Se fossem janelas hexagonais em uma curva, devido à inclinação, tais hexágonos estaria alinhados para um certo ponto.
COMA
A aberração COMA (Coma Berenice) ou Cauda de Cometa é a incapacidade de uma lente objetiva em formar uma imagem pontual obliqua, produzindo em seu lugar uma mancha de luz assimétrica que emana do centro. Os raios de luz são refletidos pelas lentes internas e atingem o filme. Essa aberração é a que mais confunde com UFOs. Veja o exemplo acima de uma foto que foi recortada. Na foto sem corte, sempre haverá uma simetria com a fonte que gerou o reflexo em relação ao centro da foto.
Sempre é importante examinar os negativos, para verificar se alguém revelou a foto com cortes. Vejam alguns exemplos abaixo:
FORA DO CAMPO VISUAL
Outro efeito visual interessante e que confunde com UFO ocorre com a fonte de luz fora do campo visual da máquina, mas dentro do campo visual da primeira lente (a mais externa). Normalmente são fotos batidas quase contra o Sol. Isso pode ser evitado com o uso do acessório Para Sol. Vejam os dois exemplos abaixo.
Se você leu e entendeu corretamente este curso, provavelmente você vai passar a ver as fotos ufológicas com mais cuidado, bem como vai ver televisão de uma forma diferente, reparando na grande quantidade de quadrados, pentágonos, hexágonos, etc…, que aparecem constantemente, bem como as aberrações tipo COMA e ABERRAÇÃO ESFÉRICA.
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Eng. Claudeir Covo é ufólogo e presidente do INFA
Reinaldo Stabolito é ufólogo e coordenador geral do INFA
Paola Lucherini é ufóloga e secretária do INFA
http://www.infa.com.br
Aliás, esse recurso chega a ser usado de forma estética (vide as fotos ‘indie’ pela internet, cheias desses pontinhos de luzes charmosos).