Defenda as leis da termodinâmica

Kentaro Mori,
baseado no Museu dos Dispositivos Impraticáveis de Donald Simanek

Ajude a fiscalizar o bom cumprimento das leis da termodinâmica em nosso Universo. A seguir apresentaremos algumas propostas de motos perpétuos. Tente descobrir por que nenhuma delas irá funcionar: em cada delas uma há uma falha específica e diferente. A natureza parece sempre conspirar para evitar que se obtenha algo de nada.

Roda em queda constante

A roda maior tende a cair rolando para a esquerda, em sentido anti-horário. A roda menor na parte superior previne isto, transformando a tendência de queda em um giro permanente.

Resposta: Este lembra uma roda desequilibrada, e aqui a roda maior de fato tende a cair para um lado. Na vida real contudo, colocar uma roda para impedir a queda não a transformará em um movimento de giro. Ao impedir a queda, a roda maior permanece simplesmente parada.

Bomba d嫇gua de Capilaridade

Líquidos podem subir espontaneamente através de tubos finos, através da chamada “ação capilar”. Temos um tubo no qual a água sobe 10 cm através da ação capilar. Que tal fazer um furo a uma altura de 5 cm e assistir à água jorrar continuamente sem qualquer fonte de energia?

Resposta: A ação capilar se dá por causa da tensão superficial e as forças de atração das moléculas do líquido em contato com as paredes do tubo. Um furo feito no tubo será sempre menor que a abertura que ele já tem, e a mesma força de adesão que fazia o líquido subir contra a gravidade manterá o líquido em seu lugar, contra a gravidade.

Motor de Flutuação

Temos um recipiente preenchido com água até o topo. Através dele passa uma corda de material leve, capaz de flutuar. Seu fundo é devidamente selado, deixando a corda correr livremente mas impedindo a saída de água. Temos então um lado da corda sujeito à força da gravidade e o outro imerso em água que deve flutuar. Ou não?

Resposta: Sem dúvida, um dos lados está sujeito à força da gravidade, não que o outro também não esteja. Mas pensar que o outro lado deva flutuar é esquecer de onde vem a força de flutuação. É preciso que haja água abaixo da corda para que possa haver uma força vertical para cima, que seria resultado da diferença de forças entre o peso da corda e a pressão aplicada pela água.

Motor de Flutuação com Tambor

Temos um tambor cheio de líquido, e dentro dele há bastões deslizantes (vedados sem atrito e sem vazamentos) com bóias e pesos nas extremidades. Este moto perpétuo deve funcionar em quatro tempos:

No primeiro tempo, a bóia flutua e consegue elevar o peso, deixando-o distante do tambor. Com um pequeno empurrão à esquerda, há um giro no sentido anti-horário que deve tomar impulso já que o peso está mais distante do eixo e tem maior torque. No terceiro tempo, a bóia novamente flutua, desta vez levando o peso para perto do tambor. O impulso ganho no segundo tempo deve ser suficiente para elevar o peso que está agora com menor torque, e ainda deve restar impulso para um novo ciclo. É uma boa idéia inserir um freio para impedir que o tambor gire rápido demais?

Resposta: A questão é saber se o torque no sentido anti-horário no segundo tempo é realmente maior que o torque no sentido contrário no quarto tempo. Como o peso está a uma distância maior do eixo, isso certamente parece verdade, mas não podemos nos esquecer de que a bóia está do mesmo lado que o peso no segundo tempo para estar no lado oposto no quarto. Outro detalhe é que o peso não pode ser maior do que o que a água ocuparia no lugar da bóia, do contrário a bóia será incapaz de levantá-lo no primeiro tempo. Estas duas limitações fazem com que seja impossível ter um peso capaz tanto de ter maior torque no segundo tempo como de ser elevado pela bóia no primeiro tempo. A falha aqui é esquecer que a bóia também desloca água e peso dentro do tambor enquanto se move.

Roda Magnética Desequilibrada

Aqui está um belo moto perpétuo: combina a idéia da roda desequilibrada com graciosos ímãs. O ímã fixo ao centro movimenta os ímãs livres para deslizar na roda externa, assegurando que haja sempre maior torque gravitacional de um dos lados da roda.

Resposta: Um ímã ao centro capaz de puxar os ímãs menores para cima também está puxando os ímãs acima de si para baixo. Adicione a isto que o outro pólo do imã repele ímãs contra a gravidade, e o resultado é que a roda não irá girar, pois o desequilíbrio de peso é mantido mas também compensado pelos ímãs. Somando as forças gravitacional e magnética em ação, a roda já está em equilíbrio.

Motor Magnético

Há um ímã no centro dentro de uma armadura de blindagem magnética, com duas aberturas nos pólos de um lado. A blindagem não precisa ser perfeita, apenas o suficiente para garantir que o ímã possa se mover primariamente com a influência magnética das partes sem a blindagem. O pólo Sul sem blindagem do ímã é sempre atraído pelos pólos Norte mais próximos, e o inverso ocorre com o pólo Norte, que é repelido. Movimento perpétuo?

Resposta: O maior problema desta idéia reside na blindagem magnética. Existem materiais de blindagem magnética, mas ainda que nenhum seja perfeito, mesmo um que o fosse ainda não giraria este motor magnético. A blindagem magnética deve cancelar as forças magnéticas reagindo a elas de alguma forma, através da lei de ação e reação. E resulta que a reação exercida pela blindagem anula as forças capazes de fazer o sistema girar.

4 comentários sobre “Defenda as leis da termodinâmica

  1. Bom dia, adoro esse tema de MP e sem duvida parece que existe ainda uma corrida para criação de um modelo. Todos esses estão condenados às leis da termodinamica, ainda bem que existe, e gostaria de ressaltar também que a lei da relatividade contribui bastante para freiar ou equilibrar a ação da reação. Bom Newton, Einsten, Bascara, Leonardo grandes nomes e grandes inventores e nenhum conseguiu…Parecem que todos os projetos estão procurando o “coelho” e não a “toca”. Sem isolar(relatividade) a força motriz(termodinamica) da força contraria(ação e reação) será impossível obter uma “força” que possa erguer a metade dela com o dobro da velocidade. Fr=Fm/2.Q (Fr força resultante, Fm força motriz e Q é a quantidade de alavanca.
    Essa é a formula matemática do MP. Agradeço o espaço para comentarios sobre esse assunto polemico mas o Mundo precisa respirar oxigenio e as máquinas não estão colaborando muito. Como posso enviar para voces arquivos? Grato Roberto Rocha

  2. Queando eu tinha uns 15 ou 16 anos (já faz tempo)imaginei um dispositivo idêntico à “Roda Magnética Desequilibrada”, mas logo a descartei por perceber que, mais cedo ou mais tarde, o sistema se equilibraria. Entretanto, na sua explicação vc parte do princípio que a roda estaria “de pé”. E se ela estivesse “deitada”? A explicação deve ser diferente, pois não? Repito: Sei que não funciona, mas queria entender melhor o porquê.

  3. Desculpem meus irmãos, pois todos estão pesquisando no lugar errado.
    Abram o seu YouTube e pesquisem com os seguintes nomes:
    1- energia livre no Brasil,
    2- energia livre,
    3- free energy,
    4- motor parendev e
    5- kepe motor
    e depois todos voces se quiserem poderão me procurar para diálogo sobre o assunto no e-mail que terei muito prazer em atendê-los.
    Fiquem com Deus e boas pesquisas.
    Nilson de Oliveira – Sorocaba SP.

  4. O magnetismo, a gravidade, as forças atômicas, são energias que “vêm do nada”. O universo “veio do nada” (a não ser que acredite em um criador). Existe uma enxurrada de vídeos mostrando os motores magnéticos, alguns caseiros, outros avançadíssimos, um carro caseiro dos anos 90 feito por um americano, e inclusive hoje uma moto japonesa magnética que funciona. Enfim, sou cético também, mas temos que acreditar em nossos olhos. Nesse caso o ceticismo aberto falhou, ou não se aprofundou o suficiente para provar que motor magnético não funciona.
    Abraço

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