HAARP, Círculos no Trigo e Anéis de Nuvens Gigantes?

2010-0127-melbourne3-332x283

“Esta dramática explorão espiral conhecida pelos “˜insiders”™ como a Falha do Círculo de Fogo foi observada no radar nacional sobre Melbourne, Austrália, hoje ““ mas e então? Seria esta a prova definitiva do HAARP?” ““ Colin Andrews

Em verdade as cores são apenas ilustrativas do gráfico, que não é uma fotografia por satélite e sim uma representação de dados de radar. Mas explicaremos isso melhor logo mais. Antes, um pouco mais sobre Colin Andrews.

Andrews é mais conhecido pelo seu envolvimento com círculos ingleses, incluindo ter declarado em frente às câmeras “autêntico” uma formação criada na surdina por um grupo de seres muito humanos que fez questão de enviar-lhe um cartão revelando a fraude ““ uma das deliciosas histórias dos círculos ingleses, que contaremos melhor depois.

Pois bem, ele agora tenta explorar ao máximo os curiosos padrões meteorológicos geométricos agitando a rede nos últimos dias. Eles são realmente interessantes, o que leva Andrews a especular sobre “estranhos efeitos meteorológicos, possíveis experimentos de modificação do clima ou um plano secreto por trás do projeto HAARP global”.

O projeto HAARP, claro, é o centro de uma série de teorias de conspiração.

Incrivelmente, o próprio Andrews já recebeu e mesmo publicou as explicações muito prosaicas para estes padrões”¦ ele apenas parece incapaz de compreendê-las. A explicação, nada complexa, na continuação.

circulosradaraustralia

Como já notamos, estes anés, raias e mesmo espirais não são padrões meteorológicos reais afetando os australianos. Ninguém os viu a olho nu, nem foram fotografados por satélites. São gráficos gerados a partir de dados de radar. Seriam assim um problema com os radares? Citando a explicação que o mesmo Andrews reproduziu:

“A respeito das imagens de anomalias de radar de 22 de janeiro sobre a Austrália. Aquela sobre o noroeste é uma falha conhecida por nossos técnicos como a “˜falha do anel de fogo”™. É causada por arcos [elétricos] severos dentro do pulso formando a rede do radar. Não é nada suspeito, apenas uma falha muito rara, e é a primeira vez que ocorreu com um de nossos radares”.

Ele ainda cita a resposta do escritório de meteorologia de Kalgoorlie-Boulder:

“Na madrugada de sábado surgiram uma espécie de círculos concêntricos de ecos entre 200 e 400 km de Kalgoorlie-Boulder. No entanto não havia nenhuma tempestade na área que pudesse refletir os sinais do radar. Parece assim que [os círculos] foram devidos ao que se conhece como “˜propagação anômala”™ (ecos falsos) ou mesmo poeira na atmosfera”.

Mais:

“Sou um técnico do Escritório de Meteorologia trabalhando com radares. Apenas veja as imagens da área em questão. O limite de detecção está ou ajustado para um nível muito baixo, passando assim a captar ruído, ou há alguém trabalhando nas proximidades com um equipamento de transmissão que afete nossa banda de rádio, daí a interferência. A idéia de AP (propagação anômala) ocorre frequentemente quando há uma inversão de temperatura, e o radar capta ecos falsos da atmosfera”.

Como se vê, há diferentes possibilidades para falhas nas estações de radar, e mais de uma delas pode estar correta. O mesmo Andrews chega a citar uma resposta oficial com um documento explicando em maiores detalhes as várias falhas do equipamento que explicariam os “anéis em donut” e ecos radiais e espirais. Confira, em inglês:

image007-478x351

Caso ainda não se engula a explicação de falhas no radar ““ ainda que todas estas anomalias só surjam em dados de radar ““ a evidência mais definitiva a favor da explicação oficial e prosaica é simples. No centro de todos estes padrões circulares estᔦ uma estação de radar. Como confirmar isto?

Basta visitar o website do Australian Bureau of Meteorology e checar o mapa de sua rede de radares:

australia-radar-map

Agora, vamos sobrepor as anomalias:

australia-radar-map

De onde se vê facilmente que no centro destas estão as estações de radar de Broome, Kalgoorlie e Melbourne. Note que os círculos não estão nas proximidades de tais estações: eles as circundam exatamente. Em seu centro sempre está uma estação, e você pode adivinhar que é exatamente aquela que gerou os dados anômalos. Além disso, também pode adivinhar que o diâmetro das anomalias coincide exatamente com o alcance de tais radares.

Assim, ou se fantasia que alguém por alguma razão desconhecida está criando bizarras nuvens invisíveis a olho nu centradas exatamente em estações de radar ““ e detectáveis apenas por essas estações, com um diãmetro coincidente com seu alcance ““ ou se aceita a explicação simples de que são falhas do equipamento. Exatamente como explicado em detalhe por técnicos e pelo Escritório de Meteorologia australiano.

Colin Andrews, aparentemente, parece não entender este raciocínio. Sobre sua incapacidade aparente, é curioso destacar este comentário:

“Depois de muita pesquisa por uma semana de minha parte e várias pessoas na Austrália (obrigado), acredito que identifiquei as estações de radar no centro de alguns destes efeitos. O padrão de raias negras ao redor da estrela rubi que apareceu no radar nacional em 22 de janeiro de 2010, 00.00h UTC, emanou da estação terrestre em Broome, WA”.

Leva literalmente alguns minutos para encontrar o mapa da rede de radares australiana (o mesmo mapa usado por Andrews) e sobrepor as imagens das anomalias para encontrar as estações relevantes. Ou Andrews realmente levou uma semana para fazer isso, com a ajuda de “várias pessoas”, ou está exagerando algo trivial. Qualquer das possibilidades não lhe é muito positiva.

Lendo suas páginas e especulações ““ incluindo associar padrões de nuvens captados por outras estações com espirais, os inevitáveis círculos ingleses, Nikola Tesla, HAARP e praticamente toda idéia que surja ““ é opinião deste autor que Andrews pode bem ter levado uma semana para “descobrir” as estações meteorológicas no centro das anomalias.

E talvez ainda leve algum tempo para compreender o significado de que há sempre uma estação de radar no centro das anomalias.

Em verdade, estes padrões inusitados em imagens de radares meteorológicos não são nada novos, sendo bem conhecidos por técnicos e meteorologistas que trabalham com eles. Mesmo que os padrões sejam associados a teorias mais bizarras não é algo novo. Há quatro anos, por exemplo, uma imagem de radar na Holanda motivou especulações sobre sinais de uma “explosão nuclear”. E há uma década pessoas têm associado tais padrões com teorias de conspiração envolvendo HAARP e chemtrails.

São curiosidades interessantes, e exatamente quais falhas criaram cada anomalia seria uma questão a definir melhor. Mas apenas a vontade extrema de acreditar poderá enxergar aí algum grande mistério.

5 comentários sobre “HAARP, Círculos no Trigo e Anéis de Nuvens Gigantes?

  1. Ou ele estaria sendo honesto, e só não tem capacidade intelectual para entender a informação que ele já possui, ou ele seria um mentiroso e tá rindo às custas da ingenuidade daqueles que acreditam em coisas extraordinárias.

    De qualquer forma, é de minha opinião que o autor deste site recebe propina dos illuminati e dos reptilianos para elaborar explicações racionalmente plausíveis a fim de esconder uma invasão alienígena! *<|:oP

  2. Crença em excesso gera um tipo de “lerdismo” já há muito, observado por céticos do mundo inteiro.
    Quem não gasta tempo tentando encontrar uma resposta sobrenatural para tudo o que parece ser estranho, tem a vantagem de conseguir montar quebra-cabeças e entender dados técnicos com mais facilidade.

  3. Hoje en dia tudo é possivel, enquanto a maior parte da humanidade esta entertida a ver novelas telejornal e futebol outra parte da humanidade brinca aos Deuses sem qualquer escrupulo…e muitos seres humanos não sabem nem querem saber nada acerca destas coisas…não é em vão que diz o ditado “temos o que merecemos” Falta coragem pra não dizer outra coisa para enfrentarmos a realidade,…..uma coisa é certa não andamos á deriva há alguem uma inteligencia algures que no momento certo dirá:basta!!! Estamo-nos destruindo mas além disso estamos destruindo algo que não é nosso, estamos dando cabo destae belo Planeta Terra que é a nave que nos transporta e que permite a vida, a qual não é só a que vemos e conhecemos…A inteligencia Superior no seu devido momento porá um ponto final neste assunto…até la continuaremos colhendo o que semearmos…

  4. Esses dias tive um embate com um desses, como dizem, “True Believer”, que dizia conhecer os verdadeiros objetivos do HAARP.

    Fiz perguntas básicas, como por exemplo, como funcionava a ionosfera, e qual a relação dela com as placas tectônicas (pois o HAARP, de acordo com eles, pode produzir terremotos).

    Esse pessoal falta as aulas de física, e começa a acreditar em qualquer coisa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *