Erramos: Kal “Kevedo” Korff
Há aproximadamente um ano noticiamos como “Meier e Santilli serão processados por fraude“. O cético Kal Korff anunciava que os levaria a juízo por fraude ao consumidor, e que “em janeiro de 2007, veicularemos na TV e através da internet as primeiras audiências que marcarão o começo desta nova ação legal. Nosso orçamento para processar tais fraudadores é de 25 milhões de dólares. … O novo programa irá exibir tentativas reais de localizar terroristas, charlatães e outros criminosos”.
Alegações extravagantes, mas Korff realmente publicou livros expondo fraudes como as de Meier, que é de fato um charlatão, assim como Santilli. Porém, mais de um ano se passou, estamos em janeiro de 2008, e a suposta iniciativa mirabolante de milhões de dólares não se concretizou. Não apenas isso, o sítio online da iniciativa agora redireciona para o sítio pessoal de Korff, que apresenta histórias cada vez mais mirabolantes. Na rede também podemos encontrar seus muitos desentendimentos com diversos ufólogos e criptozoologistas, o que não seria muita surpresa não fosse o fato de que no caso de Korff, os ufólogos e criptozoologistas parecem ter certa razão — pelo menos com relação à sua pessoa e alegações.
Todos erramos, todos somos falíveis — céticos devem saber bem disto. E saber disto não nos torna infalíveis. O padre jesuíta Oscar Quevedo, talvez o mais famoso “cético” do país, é um padre jesuíta — o que significa que seu “ceticismo” resume-se a descrer de tudo aquilo que está além de seu catolicismo. O que não lá um ceticismo tão louvável.
Kal Korff não é um padre, mas também não é um exemplo particularmente admirável de ceticismo, principalmente em suas mirabolantes aventuras recentes, envolvendo de supostas operações secretas de milhões de dólares contra o terrorismo, a supermodelos européias servindo de porta-vozes. E se seu ceticismo é questionável, nosso ceticismo falhou ao divulgar sem muita cautela suas rocambolescas fantasias.
Se você fosse comentar todas as vezes que seu ceticismo falha ia escrever o quíntuplo do que costuma.
Talvez, Marcelo. Só não sei se chegaria a tanto, mas é claro que cometo muitos erros.
Todo o cepticismo é parcial… Só não o seria se fossemos verdadeiros deuses, detentores do conhecimento absoluto.
O enredo costuma ser o mesmo: um mané qualquer aparece com um fantástico vídeo evidenciando a existência de coisas fantásticas, mas esses fantásticos vídeos sempre são um tanto toscos, com traços claríssimos de fraude (como este vídeo do “Et de Roswell”, e aquel’outro do disco voador enterrado na lama, na Rússia, que se valem de recursos de filmagem incompatíveis com a época em que supostamente teriam sido produzidos), e cujas fontes são sempre muito obscuras (ninguém sabe direito quem fez, onde, como, etc). Um tantinho de ceticismo é o bastante para saber que certas coisas não cheiram bem…
Existem pelo menos duas pessoas que pediram desculpas a ufólogos por terem falsificado meterial a pedido de Kal nos anos 80/90. Esse cara é um traste, não um cético (assim com a maioria).