Relatos de OVNIs: Algumas notas sobre a necessidade de uma abordagem racional

John Harney, publicado no Merseyside UFO Bulletin, vol. 5, no. 3, Verão 1972

traduzido de Magonia

Se uma teoria pretende ter algum valor científico, deve ser formulada de uma forma tal que possa ser contestada caso seja inválida. As várias teorias que buscam explicar relatos de OVNI são todas insatisfatórias neste respeito, exceto uma proposta por Menzel, e outros, nos primeiros anos da controvérsia dos discos voadores. 
Menzel insistiu que todos os relatos de OVNI são capazes de ser explicados sem recorrer a especulação sobre seres de outros planetas, de outros estados de existência (i.e., espíritos), ou fenômenos naturais ainda desconhecidos para a ciência. Assim todos os relatos de OVNI são enganos, ilusões, fraudes ou rumores infundados. Muitos mistérios OVNI permanecem não solucionados porque, como Menzel apontou: "Nenhuma resposta única basta, porque as aparições se originam não de uma, mas de dúzias de causas". (1) 
Todos estudiosos sérios de OVNIs concordam que a teoria de Menzel pode explicar a grande maioria de relatos de OVNI. Isto ainda deixa uma acumulação – ao longo de mais de 25 anos – de milhares de relatos inexplicados e só é necessário que um desses relatos seja conclusivamente demonstrado como causado por um encontro com uma espaçonave alienígena para invalidar a teoria. 
Armado com esta teoria o cético pode lidar do resíduo de relatos inexplicados afirmando que eles são incompletos ou inexatos. Quando realmente pressionado ele pode freqüentemente apontar a vários detalhes que sugerem que uma explicação psicológica pode funcionar, particularmente devido ao fato invariável – seu grande trunfo – que nenhuma evidência física inequívoca da realidade do disco voador está disponível. 

"A irracionalidade dos crentes foi inadvertidamente encorajada por alguns céticos que confundiram a questão ao falhar em empregar as qualidades essenciais de firmeza e justiça"

A teoria de Menzel é extremamente impopular com ufólogos. Foi atacada por causa de seu fracasso em explicar todos relatos de OVNI e porque algumas das explicações dela são insatisfatórias. Keyhoe, por exemplo, notou com prazer que o Projeto Blue Book não aceitou as explicações de Menzel de vários relatos de OVNI importantes, incluindo o caso Mantell. (2) Deste tipo de coisa os crentes em OVNIs tendem a tirar a conclusão altamente ilógica que porque algumas das explicações dos céticos estão erradas, então sua própria explicação deve estar correta – quer dizer, que os OVNIs são naves de outros planetas. 
A irracionalidade dos crentes foi inadvertidamente encorajada por alguns céticos que confundiram a questão ao falhar em empregar as qualidades essenciais de firmeza e justiça. Os irresolutos começam como céticos, mas gradualmente são assombrados pela acumulação volumosa de testemunhos e eventualmente passam a acreditar nos discos voadores, mesmo que a prova física definitiva que eles originalmente insistiram em ver ainda não esteja disponível. E então há os preconceituosos, que tentam se desviar do assunto através de meios desonestos, notavelmente ignorando ou distorcendo observações inconvenientes que não parecem se ajustar em qualquer explicação razoável. 
Tudo isso não torna a vida fácil para aqueles cuja tarefa é levar a cabo investigações oficiais de relatos de OVNI. Os crentes apontam indignados aos resultados de investigações oficiais a relatos de OVNIs e acusam os autores delas de fugir do assunto. Relatórios oficiais, como aqueles emitidos pelo Projeto Blue Book ou o Ministério de Defesa (Ar) Britânico, geralmente lidam com os relatórios que não podem explicar alegando que evidência insuficiente está disponível. A implicação, é claro, é que se estes relatos fossem mais precisos e completos as explicações naturais para eles se tornariam aparentes. 
Agora, esta atitude não é desonestidade intelectual, como parece aos crentes. É simplesmente a aplicação rígida da teoria de Menzel, como nós a esboçamos acima. Se Menzel estiver correto, então as verdadeiras explicações dos relatórios inexplicados devem ser de uma natureza natural ou convencional. Logicamente, o ônus está nos crentes de OVNIs provar o contrário. 
Muitos ufólogos gastaram anos tentando provar que Menzel estava errado, com a ajuda da hipótese extraterrestre (ETH). Na onda de OVNIs de 1947 muitos dos relatos sugeriam – se tomados literalmente – que a Terra estava sob a vigilância de seres de outros planetas. Adequadamente a ETH foi aperfeiçoada. Note que é só uma suposição; não há nenhum método concebível aberto à ciência atual de contestá-la se não fosse verdade. É racional o bastante dadas as circunstâncias, mas não obstante uma mera suposição. A vantagem principal da ETH é sua plausibilidade: muitos relatos de OVNI, se aceitos como genuínos, tendem a sugerir que ela é a explicação óbvia. 
A maior parte da literatura OVNI, pelo menos até recentemente, tem a ETH, em uma forma ou outra, como seu tema principal. Infelizmente a hipótese tem várias fraquezas sérias: falta de evidência física, dificuldade de decidir quais observações aceitar como genuínas e o quais rejeitar como fantasias, etc. Proponentes da ETH estão há muito tempo cientes destas fraquezas e adotaram vários estratagemas na tentativa de sustentá-la. 
Os métodos adotados por Keyhoe foram emulados amplamente por outros escritores. A técnica de Keyhoe é pegar vários relatos bons e alegar que haveria mais e melhores relatos disponíveis se o governo não fosse tão reservado sobre eles, ou se a comunidade científica não fosse tão irracionalmente preconceituosa contra toda a idéia de discos voadores. Para ganhar a simpatia de pessoas razoáveis, espaço é dedicado a ridicularizar histórias de contatados e desprezar as atividades de fraudadores e charlatões. O fato de que muitos dos relatos de Keyhoe vêm de fontes oficiais dá aos seus trabalhos uma aura de respeitabilidade. (2,3,4) O ponto aqui, é claro, é que considerando que os relatórios reais são autênticos, as interpretações dadas e as conclusões tiradas deles são de Keyhoe. 
Keyhoe está perfeitamente certo em chamar atenção ao tamanho e complexidade do problema OVNI. Porém, ele e alguns dos seus seguidores ao atacar a Força aérea dos EUA têm atacado as pessoas certas pelas razões erradas. Eles insinuaram que a Força aérea tem prova da realidade dos discos voadores e está escondendo isto. Uma atitude mais razoável foi tomada por Hynek, que reclamou que muitos relatos muito intrigantes não foram investigados adequadamente. 
Os espetaculares relatos de OVNIs dos anos sessenta, que conduziram à formação do Projeto Colorado, fez muitas pessoas inteligentes considerar que a ETH poderia muito bem ser a resposta. Contudo, embora o time do Dr Condon não fosse capaz de explicar todos os relatórios que investigou, a conclusão deles era que não havia nenhuma razão para acreditar que seria provável que investigação adicional acrescentasse qualquer coisa ao conhecimento científico. (5) 
O Relatório Condon, ainda que muito criticado, deu um grande golpe na ETH. Havia duas reações principais entre ufólogos. Alguns ou vieram a aceitar a teoria de Menzel ou ficaram convencidos de que o problema era insolúvel. Outros se voltaram à hipótese principal restante que considera o OVNI como um fenômeno psíquico, junto com os supostos fenômenos de telepatia, assombrações, mediunidade, etc.
Agora, embora a pesquisa psíquica pareça quase respeitável quando comparada com a ufologia, ela trabalha sob dificuldades
e incertezas semelhantes. Estes problemas são familiares a qualquer ufólogo – o envolvimento emocional dos investigadores, as acusações e contra-acusações de tendenciosidade e fraude, a imprevisibilidade dos fenômenos. Como com a ETH, e ainda mais que ela, não há nenhum modo concebível para provar a não-existência do disco voador parafísico. 
Entretanto, muitos ufólogos insistem agora que se a ETH não for a resposta, a hipótese parafísica deve ser perseguida. Eles apontam a alguns dos relatos de aterrissagem mais espetaculares como evidência e insistem que alguns deles são tão detalhados e bem-testemunhados que explicações meramente psicológicas devam ser descartadas. 
Mas se nós tentarmos examinar um relato de uma nave misteriosa vista de perto por várias testemunhas independentes, inteligentes, nossa dificuldade principal será encontrar de fato um destes relatos. A maioria dos muitos discutidos relatos Tipo I partilham a fraqueza fatal de ter apenas uma testemunha cada. Quando se encontra um relatório que supostamente envolva várias testemunhas, é desapontador notar a falta de detalhe. Por exemplo, de um dos livros dos Lorenzens: 
"No dia 30 de setembro, oito trabalhadores de construção perto de Marcilly-sur-Vienne, França, viram um objeto em forma de disco no chão, e um pequeno ser em forma de homem usando um capacete, de pé na proximidade". (6) 
Oito testemunhas, contudo apenas uma oração para descrever o suposto incidente, considerando que alguns relatos de uma só testemunha já tiveram livros inteiros dedicados a eles. 
Ainda mais exasperadores é o relato de pouso de Monza, Itália, de 8 de novembro de 1954. Um disco apoiado em três pernas, emitindo uma luz branca ofuscante, foi relatado como tendo sido visto em um estádio. Figuras vestidas em cores claras e usando capacetes transparentes estavam próximas de pé. Elas pareciam se comunicar com "sons guturais". A nave eventualmente saiu voando silenciosamente. Nenhum detalhe adicional é dado embora o número de testemunhas a este incidente tenha sido calculado como 150! (7) 
Há alguns casos clássicos, relatados com uma riqueza de detalhe e envolvendo várias testemunhas. Porém, estas testemunhas geralmente têm ligações íntimas entre si. Elas são normalmente grupos familiares, como nos casos de Trancas (8) e Kelly-Hopkinsville. (9) 
Embora estes fatores apontem ao caminho das explicações psicológicas, muitos ufólogos contestam fortemente quando elas são sugeridas. Eles protestam que a maioria das testemunhas OVNI parece estar perfeitamente sã. A noção assevera que uma pessoa deve estar completamente delirante para estar sob a ilusão de que viu um disco voador e seus ocupantes. 
Vamos olhar para o caso do OVNI ser um fenômeno essencialmente psicológico. 
Um dos principais riscos profissionais para o psiquiatra é a insanidade. Ele se arrisca a ficar emocionalmente envolvido nos problemas e fantasias de seus pacientes, e eventualmente perder sua razão. A literatura OVNI abunda com histórias de ufólogos que sofreram semelhantemente. Envolvidos pelos contos de contatados, frustrados nos seus esforços de descobrir evidência física para apoiar a ETH, eles começam a cair em pedaços. Eles passam a acreditar que há que uma vasta conspiração projetada para evitar que conheçam a verdade sobre os OVNIs. Até mesmo algumas das pessoas mais estáveis no cenário OVNI às vezes revelam sinais desta paranóia difundida, mas seria invejoso e impolítico mencionar qualquer nome. 
As fantasias de perseguição de ufólogos foram registradas em vários livros, inclusive trabalhos de Steiger e Whritenour, (10) Barker, (11) Bender (12) e outros. Uma leitura crítica de tais livros revela algumas das razões por que tais imaginações proliferam no mundo OVNI. É visto que muitos ufólogos levam vidas bastante sombrias e tendem a ser imaginativos e sugestionáveis. Em alguns casos um interesse em relatos de OVNI, uma apetência para excitação e um gosto para a associação macabra de produzir resultados verdadeiramente estranhos. A história Kafkaesca de Bender de sua perseguição por três misteriosas entidades de preto é um exemplo notável. 
Assim explicações psicológicas parecem mais ou menos adequadas para lidar com histórias de contatados e com aqueles que relataram ver OVNIs em várias ocasiões. Avistamentos com várias testemunhas podem ser explicados, em muitos casos, pela presença na cena de alguém com uma personalidade forte que pode persuadir outros presentes de que uma luz no céu é um disco voador, em lugar de um satélite ou uma aeronave de grande altitude. 
Vários escritores sérios sobre OVNIs notaram que a dificuldade principal é o grande nível de "ruído" gerado pelos milhares de relatos de OVNI espúrios. Em outras palavras, se realmente houver qualquer OVNI real, físico, relatos genuínos deles teriam pouca esperança de descoberta entre os montes de observações enganadas. 
Há um modo possível de selecionar os OVNIs genuínos, se houver algum. Todo evento OVNI deveria ser presumido como tendo uma causa psicológica e todo esforço deveria ser feito para encontrar explicações psicológicas que se ajustem aos detalhes de cada caso. Já é aceito que a maioria dos casos pode ser descartado deste modo e explicado como enganos, etc., mas outros são mais difíceis explicar. Será visto, entretanto, que em muitos casos pode ser aceito que as testemunha realmente viram algo incomum realmente, mas estavam obviamente muito alarmadas ou entusiasmadas pela experiência, distorcendo e exagerando assim suas percepções e descrições dos objetos ou fenômenos. Levando plenamente em conta tais considerações nós temos mais chance de isolar o conteúdo objetivo de um evento OVNI do subjetivo. 

"Muitos ufólogos se ressentem da abordagem psicológica, seja ela rude ou sofisticada, simplesmente porque eles mesmos são uma parte do fenômeno"

Deve ser enfatizado que esta abordagem não é a mesma que a adotada por muitas autoridades de ciência e jornalistas céticos de insinuar que todas testemunhas OVNI devem ser mentirosas ou bêbadas contumazes. Mesmo assim, muitos ufólogos se ressentem da abordagem psicológica, seja ela rude ou sofisticada, simplesmente porque eles mesmos são uma parte do fenômeno. A noção dos OVNIs como espaçonaves é um "quadro de referência", como Keel o chama. Dentro de um quadro de referência podem ser jogados vários "jogos", e Keel discutiu alguns destes jogos em profundidade em um recente livro, Operation Trojan Horse [Operação Cavalo de Tróia]. (13)
Muitos ufólogos reclamaram que Operação que Cavalo de Tróia é um turbilhão de tolice e a afirmação de Keel de que ufólogos e percipientes de OVNI são manipulados a brincar com jogos estranhos por uma misteriosa força externa é ridícula. Os críticos achariam este livro mais útil se apenas o tomassem menos literalmente. As forças misteriosas e influências que controlam os OVNIs – ou de qualquer modo, a grande maioria deles – são simplesmente as forças de natureza, as limitações do cérebro humano, a falibilidade dos sentidos humanos, e aquele quadro de referência já feito, a ETH. Quando algo não prontamente identificável é visto no céu, o quadro de referência do disco voador está disponível para percipientes e investigadores da ocorrência misteriosa fazerem uso e começar a brincar com o jogo OVNI. 
O psiquiatra Thomas S. Szasz discutiu a idéia do jogo de representação [role playing] como um modelo para descrever as relações humanas em um contexto mais amplo, com uma referência particular à doença mental e seu tratamento. (14) Szasz faz muitas observações interessantes desenvolvendo esta idéia, alguns dos quais poderiam ser bem aplicados à ufologia. Por exemplo, ele diz que um jogo só pode continuar se os jogadores continuares a
respeitar as regras. Quando todos começam a trapacear ou quando as regras ficam geralmente inaceitáveis, o jogo colapsa. Porém, os jogadores ainda estão sujeitos às mesmas necessidades e desejos, econômicos, emocionais ou o que for, e um novo jogo deve ser inventado. Pode-se ver este tipo de coisa aparentemente ocorrendo: os jogos ETH parecem estar colapsando e o jogo parafísico está gradualmente tomando forma. 
Não há nada novo, é claro, em usar a analogia de jogos para descrever comportamentos humanos e nós devemos ter o cuidado de não levar isto muito longe. Porém, pode ser útil se nós a empregamos para adquirir alguns novos insights na busca conhecida como ufologia. Se nós virmos a ufologia como um jogo, então vários fatores enigmáticos podem ser explicados e nós teremos uma chance melhor de ver a situação como realmente é. 
O jogo mais familiar no campo OVNI é, então, a ETH. As regras básicas são bastante simples. O conflito principal está entre dois lados – os crentes contra os céticos. É o objetivo do crente converter tantos céticos quanto possível a uma convicção em discos voadores. Cada convertido marca pontos, mas quanto mais altamente educado ou famoso o convertido é, mais alta a pontuação. O objetivo do cético é enfraquecer a fé dos crentes expondo fraudes e fornecendo explicações engenhosas para relatos enigmáticos. Naturalmente, quanto mais impressionante for o avistamento satisfatoriamente explicado, maior a pontuação. 
Aparte dos jogadores, os jogos também têm os espectadores. Há naturalmente dois tipos de espectadores, aqueles que conhecem as regras do jogo e aqueles que não. Os jogadores reconhecem prontamente seus fãs; eles se referem a eles como "ufólogos de poltrona". Quanto a aqueles que não conhecem as regras, imagine perguntar a alguém que não sabe nada sobre futebol e nunca viu um jogo antes para escrever um relato de uma partida. O resultado certamente pareceria bem tolo a um entusiasta de futebol. Contudo, esta é a posição na qual muitos jornalistas têm sido colocados quando comissionados a escrever artigos sobre OVNIs. Alguns deles se saíram notavelmente bem dadas as circunstâncias. Testemunhas de OVNIs são mais difíceis de lidar nesta analogia. Elas podem ser meros peões no jogo ou podem estar envolvidas e se juntar ao jogo, normalmente no lado dos crentes. 
Se nós continuarmos a elaborar a analogia logo veremos que o comportamento de testemunhas e investigadores tende a recair em padrões definidos e torna-se assim possível fazer predições sobre certos aspectos de eventos OVNI futuros. Por exemplo, tome as reações típicas da maioria dos percipientes ao ver seus primeiros OVNIs. Um homem que, com sua esposa, viu um estranho objeto flutuando é citado como dizendo: "Eu não sou nenhum viciado em histórias de discos voadores. Mas eu tenho bastante certeza do que minha esposa e eu vimos aquela noite. . . Não parecia com nada feito pelo homem", e "Minha esposa está tremendamente excitada". (15) Outra reação típica vem ao término de relato de um avistamento não muito impressionante por um policial. "[O] sargento Irwin disse que sempre tinha rido da idéia de discos voadores. Mas ele não está mais rindo. ‘Eu estou seguro de que o que nós vimos era um disco voador’, ele disse." (16) e de outro relato por um policial: "P.C. Parsonage de 20 anos disse ontem à noite: ‘Eu nunca acreditei em histórias sobre pessoas que vêem discos voadores mas agora eu vi eu mesmo’. " (17) 
Poderiam ser citadas muitas reações semelhantes. Nós podemos ver delas quão prontamente as testemunhas desempenham suas partes no jogo OVNI. Assim que elas vêem algo no céu que não entendem, elas obrigatoriamente aceitam as suposições dos ufólogos e chamam o fenômeno um "disco voador", como se isso o explicasse. 
Nós podemos predizer assim que o mesmo tipo de coisa acontecerá em futuros relatos de OVNI. As testemunhas serão excitadas e provavelmente se tornarão novos convertidos na crença em discos voadores. É provável que isto distorça e exagere seus relatos dos incidentes. Mais adiante, quando abordadas por investigadores OVNI as testemunhas, agora cientes de sua ignorância do fenômeno OVNI, serão receptivas a qualquer idéia no assunto que os investigadores puderem dar a elas. Elas então passarão estas idéias aos seus amigos e assim os envolverão no jogo OVNI. 
Para resumir estas notas, que eu admito serem apenas esboços; se nós levarmos plenamente em conta os vários papéis inconscientemente adotados por investigadores e testemunhas OVNI e as distorções de percepção causadas por excitação e pré-concepções sobre a verdadeira natureza de eventos OVNI, estaremos melhor equipados para investigar os aspectos mais enigmáticos do fenômeno OVNI. Além disso, uma atitude mais destacada por parte dos investigadores, lembrando a si mesmo de não criar pressuposições não comprovadas sobre relatos de OVNIs, ajudará a ganhar o interesse da comunidade científica quando relatos realmente estarrecedores vierem à luz.

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Referências

1. Menzel, Donald H., Flying Saucers , Putnam, 1953
2. Keyhoe, Donald E., Flying Saucers From Outer Space , Hutchinson, London, 1954
3. Keyhoe, Donald E., The Flying Saucer Conspiracy , Hutchinson, London, 1957
4. Keyhoe, Donald E., The Flying Saucers Are Real , Hutchinson, London, 1950
5. Gillmor, Daniel S. (ed.), Scientific Study of Unidentified Flying Objects , Bantam Books, New York, 1969
6. Lorenzen, Coral and Jim, Flying Saucer Occupants , Signet Books, New York, 1967
7. Vallée, Jacques, "The pattern behind the UFO landings", Flying Saucer Review Special, The Humanoids , 1966
8. Steiger, Brad, Strangers from the Skies , Tandem Books, London, 1966
9. Vallée, Jacques, Anatomy of a Phenomenon , Neville Spearman, London, 1966
10. Steiger, Brad and Joan Whritenour, New UFO Breakthrough , Tandem Books, London, 1968
11. Barker, Gray, They Knew Too Much About Flying Saucers , Tower Books, New York, 1956
12. Bender, Albert K., Flying Saucers and the Three Men , Neville Spearman, London, 1963
13. Keel, John A., Operation Trojan Horse , Souvenir Press, London, 1971
14. Szasz, Thomas S., The Myth of Mental Illness , Paladin, London, 1972
15. "Midnight watchers saw a ‘humming top’ fly", Empire News , 22 November 1953
16. "Up and up into the sky it went", Liverpool Echo , 21 April 1956
17. "Flash . . . into a policeman’s book goes a flying saucer", Liverpool Echo , 16 August 1967

2 comentários sobre “Relatos de OVNIs: Algumas notas sobre a necessidade de uma abordagem racional

  1. Lindos e serios relatos estes seus,mas sou muito Tome,e ate aqui ate o nosso tempo tem mostrado que nosso Deus é real o Filho dele mudou tudo em aC e dC todo globo terrestre se segue o dC atualmente aguardando a volta do Filho de Deus (Jesus Cristo ) queiram ou não ,sem contar que ele mudou minha vida em todos os angulos que nem eu mesmo entendo e sinto os misterios e profecias se cumprirem ,sem contar com o dom que ele me deu de Profeta ,ate mortes ele já me mostrou e se cumpriu , o que explica isto ?
    pra mim a Biblia Sagrada (palavra de Deus ) , e olhe que eu creio em viajens espaciais, na evolução da especie humana ,mas Deus é o Alfa e o Omega.
    paz a todos

  2. Embora não seja adepto de muitas das explicações de Menzel , tenho que reconhecer que trata-se de um cientista sério , que tentou provar de forma cienífica que algumas aparições de ovnis poderiam ser recriadas em laboratório.Isto é o verdadeiro ceticismo , ou seja provar de forma científica que um determinado fato ,não é um ufo , mas sim um fenõmeno natural .Exemplo , as chamadas “luzes de Lubbock”(luzes avistadas nesta cidade americana , em formação. A posição do “cético” (entre aspas e mínusculo) é de que as luzes não existiam , as fotos eram forjadas, etc.A posição do verdadeiro cético , como Menzel , foi a de provar que as luzes nada mais eram que o reflexo das luzes da cidade em pássaros.
    Como disse em seu livro o saudoso AURIPHEBO BERRANCE SIMÕES , as luzes “mad in Menzel laboratory” ,nada se parecem com as reais, mas pelo menos houve a tentativa de se provar de forma científica , sem a abominável tese do “não li e não gostei” ou “não vi e não quero ver “.

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