Rumo ao espaço

Clique na imagem para ampliá-la. Ela retrata um experimento conduzido há quase cem anos por um dos mais famosos inventores, o senhor à direita. Sabe dizer quem é? Confira a resposta em três dias.
Resposta: O senhor à direita é Alexander Graham Bell, experimentando com uma pipa anelar em sua casa em Baddeck, Canadá, 1908. Mais conhecido como inventor do telefone, Bell passou o resto de sua vida pesquisando uma série diversa de temas científicos, e no começo do século XX, voar em uma “máquina mais pesada que o ar” era um ótimo tema. Havia aqueles que proclamavam que seria impossível, já que ao duplicar a força de ascensão de uma máquina seu peso acabaria quadruplicando, como mesmo uma pipa comum poderia demonstrar. Bell mostrou que era possível aumentar o empuxo de uma pipa indefinidamente sem alterar a proporção ao peso, bastava valer-se de forma geométricas diferentes para a tarefa. O inventor acabou optando pelo tetraedro como a forma mais resistente e estável, e combinando uma série de “células”, chegou mesmo a construir um avião valendo-se do princípio, o Cygnet (abaixo o Cygnet II, 1909)

Infelizmente, o Cygnet auto-propelido não voou, mas o problema estava na propulsão, não na pipa. Pouco antes, um certo brasileiro já havia voado com uma espécie de pipa gigante auto-propelida. Das pesquisas de Bell com pipas, a descoberta e preferência pelo tetraedro como forma estrutural prevaleceria como mais valioso achado. Décadas depois, a forma seria redescoberta pelo americano Buckminster Fuller com suas geodésicas. Fuller reconheceu que suas geodésicas eram “exatamente o mesmo” que os tetraedros usados por Bell em suas pipas, e chegou a ser presenteado com dois tetraedros feitos pelas mãos do próprio inventor parecido com Papai Noel. Ao conferir os blocos de anotações de Bell, que foi bem além do telefone e pipas, Fuller comentou que são “quase como os livros de Leonardo [Da Vinci]”.
Bem, este blog aborda o insólito, e a pipa anelar sem dúvida deve ter chamado mais atenção que os tetraedros — apesar de não ser tão eficiente, como vimos. Mas a realidade é assim mesmo: o balão que caiu em Roswell em 1947 levava alvos de radar com a forma de um… tetraedro. Bell estava certo ao optar por tetraedros ao invés de discos voadores.